quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Bibliotecas: que futuro?

Muitas vezes me tenho perguntado que futuro será o das bibliotecas portuguesas. Poderão os leitores pensar que me refiro à escassez de livros. Esse é, de facto, um problema que afecta muitas bibliotecas, mas não é isso que me preocupa realmente. Nos últimos anos, por uma questão de necessidade, tenho tentado estudar algumas vezes em bibliotecas: ora na biblioteca da FDUP, ora na biblioteca da FEUP, ora na biblioteca Almeida Garrett. E em todas elas se verifica o mesmo problema, que me deixa verdadeiramente irritada: a falta de silêncio.
Não sei se é impressão minha, mas dá-me ideia que as novas gerações de estudantes universitários têm o péssimo hábito de se juntar em bandos e de ir em excursão até à biblioteca mais próxima, ou para fazer trabalhos de grupo, quando há salas próprias para o efeito, ou para conversar, quando há cafés bastante mais agradáveis na baixa portuense.
Mas, se o problema fosse apenas dos jovens insurrectos, tudo se resolveria com algum rigor e chamadas de atenção. Contudo, os funcionários dessas bibliotecas têm comportamentos do mesmo nível de má educação, para não dizer piores. Os telefones tocam vezes sem fim, mais alto do que o telefone de minha casa. Os funcionários falam alto e riem uns com os outros. Batem com os tacões dos seus altos sapatos no soalho, com toda a força. Enfim, esquecem-se completamente de que se encontram num local de trabalho e de estudo e de que colaram na porta um aviso, com letras garrafais que compõem a palavra SILÊNCIO.
Como se tudo isto não bastasse, esta manhã, na biblioteca da FDUP, em plena época de exames, decidiram agendar uma apresentação/formação sobre direitos de autor, no andar de cima, incomodando todos os que se encontravam nas salas de estudo individual e de grupo.
Por isso, pergunto-me a mim e pergunto a quem me queira responder: onde está o bom senso que se exige de quem gere uma biblioteca? Onde está o respeito pelos outros?
Enquanto tivermos à frente das bibliotecas pessoas que se acham rainhas-todas-poderosas e intocáveis, com legitimidade para fazer tudo o que querem, continuo a preferir estudar em casa.

4 comentários:

ml disse...

devo desde já acrescentar que aqui no 'estrangeiro' é a mesma coisa. toda a gente fala, incluindo bibliotecárias. não há pachorra!!! =/

Nelson disse...

Talvez fosse boa ideia vergastar certas pessoas que adoram perturbar os outros...

Acho imensa piada às aves raras que falam ao telemóvel na biblioteca... E cheguei a ver disto numa mui nobre instituição...

Anónimo disse...

Helena, a contestatária!

Na biblioteca de Gondomar, a senhora bibliotecária gosta de passear pelo espaço do alto dos seus tacões. E faz pum pum pum por todo o lado.
Também deviam proibir os tacões nas vigilâncias dos exames.
Tenho dito!

Helena disse...

Não me lembrei desse pormenor, Lord Nelson! É que essas aves já não são assim tão raras =/

Txikia: apoiado! Desde os meus testes de história do secundário que tenho esse sonho: ver os vigilantes descalços!